Mapa Sonoro de São Paulo | A metrópole em música, de norte a sul, leste a oeste
Atualizado: 25 de jan. de 2021
A cidade de São Paulo já foi musicada por muita gente em canções que vão além da esquina da Ipiranga com a Avenida São João. É certo que boa parte delas foi composta por Adoniran Barbosa, mas nomes dos mais variados gêneros já contaram suas impressões dos quatro cantos da metrópole. Em seus 463 anos, o NERVOS comemora o aniversário da capital paulista com uma playlist legitimamente paulistana para abrir a seção Ligações Fabulosas.
Sé
Marco zero da cidade, ela foi homenageada por Adoniran Barbosa quando foi reinaugurada após às obras do metrô, com Praça da Sé, onde dizia o quanto estava bonita por baixo e por cima a “Praça da Sé, Praça da Sé, hoje você é, Madame Estação Sé”. Por isso, ninguém resiste a tirar um Retrato na Praça da Sé, como cantou Tom Zé e Kiko Dinucci.
Vale do Anhangabaú e Viaduto Santa Efigênia
Pertinho dali tem o Vale do Anhangabaú, onde um baiano encontrou uma linda garota na fila de um ônibus. Essa é a história de Anhangabaú, faixa do ótimo álbum Liberdade, do Olodum. Em cima dele tem o Viaduto Sta. Efigênia, que Adoniran convida Eugênia para ver “como ficou bonito”.
Avenida Ipiranga com a Avenida São João
Na região central, tem o famoso cruzamento da Avenida Ipiranga com a Avenida São João, eternizada por Caetano Veloso na letra de Sampa. Mas a São João também está presente em outra música icônica sobre a cidade, como cenário da “cena de sangue em um bar” de Ronda, composição de Paulo Vanzolini, conhecida na voz de Marcia.
Bom Retiro
Indo em direção à região de compras do Bom Retiro, há as imagens nostálgicas da Rua da Graça e região, em uma época longínqua, evocadas por Inezita Barroso em Lampião de Gás, de Zica Bérgami.
Barra Funda
Ao lado, na Barra Funda, vem mais uma volta ao passado, ao Largo da Banana. O lacal já não existe mais, mas foi ali o berço do samba paulista, como resgata Roda de Sampa, de Kiko Denucci e bando Afromacarrônico. E é do bairro que começa, ou termina a Linha 3 Vermelha do Metrô, registrada em som no groove poderoso do Nasca em Corinthians/Itaquera Palmeiras/Barra Funda.
Penha, Mooca e Brás na Zona Leste de Adoniran
Seguindo a Linha Vermelha, Adoniran Barbosa homenageou vários bairros da zona leste paulistana em suas músicas. A Catedral da Vila Ré é palco d’O Casamento do Moacir. Outro distrito da Penha lembrado por ele é Vila Esperança, cuja canção homônima traz as lembranças de seu primeiro Carnaval e de seu primeiro amor. Na tradicional Mooca, ele construiu sua maloca em Abrigo de Vagabundo. E o Brás é morada do famoso personagem de Samba do Arnesto, além de ser o lar da Rapaziada do Braz, valsa de Alberto Marino que ganhou letra anos depois, composta por seu filho.
Da Vila Guilherme até Imirim
Logo acima do Brás, cruzando o rio Tietê, tem a Vila Guilherme. Mas será que de lá até o bairro do Imirim, bem mais ao norte da Zona Norte, é realmente tão rápido, “um dois” como diz a banda Passo Torto em Da Vila Guilherme até o Imirim?
Vila Maria, Jaçanã e Casa Verde
Mas da Vila Guilherme à Vila Maria, mais exatamente ao Jardim Japão, da música de Rodrigo Campos cantada por Juçara Marçal, já é bem mais pertinho. Mais ao norte tem o Jaçanã, consagrado por Adoniran, e sempre lembrada por sua trupe inseparável do Demônios da Garoa, em Trem das Onze. Mas se, lá da Vila Guilherme, você seguir o rio Tietê, no sentido oeste, tem a Casa Verde que abriga várias escolas de samba e também foi cantada pelo ícone do samba paulista em No Morro da Casa Verde.
Freguesia do Ó e Butantã
Ali na região noroeste, tem a Freguesia do Ó, tema da canção homônima de Rogério Santos, mas que ficou famosa por causa do baiano Gilberto Gil, que dizia ser de lá em Punk da Periferia. Seguindo o Tietê, já na Zona Oeste, tem o Butantã, morada da “deusa pagã” Rita Lee em Santa Rita de Sampa, em que ela cruza a cidade, citando a Vila Mariana
Praça da Árvore, Campo Belo e Campo Limpo
Aliás, a algumas estações da Vila Mariana, está a Praça da Árvore romanceada por Nando Reis. Perto dali tem o Campo Belo, mas não tão perto, mesmo sendo na Zona Sul, está o Campo Limpo, ambos cantados em São Paulo São, da Filarmônica de Pasárgada.
Periferia ZS, do Parque Santo Antônio ao Grajaú
Mas aquela região próxima ao Campo Limpo também foi destaque em Fim de Semana no Parque, do Racionais MC em que Mano Brown retrata a falta de lazer, especialmente para as crianças, na Zona Sul periférica, citando o Parque Santo Antônio, Parque Regina, Parque Ipê, Jardim Ingá, Parque Arariba, São Luís, entre outros bairros próximos. Também na periferia da ZS, só que no extremo sul, tem a rotina do Grajaú, rimada por Criolo em Grajauex. O rapper nascido no bairro conhecido pelo Pagode da 27, também foi responsável por um dos paradigmas atuais sobre a capital: afinal, Não Existe Amor em SP?
Faria Lima e Avenida Paulista
Geralmente, o paulistano da periferia tem de cruzar a cidade para trabalhar nos grandes centros empresariais da capital, como na Avenida Faria Lima, citada pelo Passo Torto em Faria Lima Pra Cá, ou na icônica Avenida Paulista. Lá, todos ficam à espera do farol que vai abrir, como cantado por Vânia Bastos em Paulista, dificilmente mudos como em Emudecem a Paulista, da cantora Klébi Nori. Ainda mais, ultimamente, se for próximo da FIESP, vista pelos Engenheiros do Havaí em Sampa do Walkman. No entanto, a maior viagem do Paraíso à Consolação é a andança noturna de Sampa Midnight de Itamar Assumpção, nome importante da Vanguarda Paulista.
Augusta
Cruzando a avenida, tem uma das mais famosas e plurais ruas de São Paulo. A Augusta já foi eternizada lá na Jovem Guarda por Ronnie Cord, com Rua Augusta sendo regravada por Raul Seixas e Os Mutantes. Mais recentemente por lá, Tulipa Ruiz se assustou com um olhar que a ignorava em Às Vezes. Mas foi Tom Zé, autor do clássico hino São São Paulo, que juntou as ruas próximas e as transformou em mulheres com Augusta, Angélica e Consolação.
Bexiga
Quase parelelo à Augusta, do lado da Nove de Julho, está o tradicional bairro do Bexiga, lar da Vai-Vai, de onde não saia Geraldo Filme, autor de Tradição (Vai no Bexiga Pra Ver), também interpretada por Beth Carvalho. E, claro, não ia faltar a visão de Adoniran sobre o local com Um Samba no Bexiga.
Tour paulistano
Viajando por vários bairros e pontos turísticos da capital, há o samba de São Paulo, Mae-Madrinha, de Geraldo Mathias, a parceria de Eduardo Santhana e Juca Novaes em São Paulo, e a famosa “versão” paulistana de New York, New York do Premeditando o Breque, com São Paulo, São Paulo. Curiosos são os passeios pela cidade de Bezerra da Silva e da banda Matuto Moderno: o primeiro descreve todas as delegacias da metrópole no samba Os DPs de São Paulo, enquanto os outros misturam rock e viola para fazer um tour pelos rios mais famosos de SP em Rio Sepultado (Anhangabaú), em que citam também o Tamandatuaí, Tietê e Ipiranga.
Faixa Bônus
Como síntese geral da metrópole que todos amam odiar e odeiam amar, como disse Tom Zé, tem a necessidade de “caminhar entre mulheres elegantes” e conhecer a cidade de Santa Sampa, da banda Vespas Mandarinas, e as dificuldades de viver em SP, onde o amor, pode sim aparecer, segundo Rita Lee em Lá Vou Eu.
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