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Foto do escritorNayara Reynaud

AXÉ: CANTO DO POVO DE UM LUGAR | Na levada da nostalgia

Atualizado: 13 de ago. de 2020


Daniela Mercury em cena do documentário Axé: Canto do Povo de um Lugar (2016) | Foto: Divulgação

*Texto publicado originalmente no Cineweb, durante a cobertura da 40ª edição da Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

É inevitável o sentimento de nostalgia de qualquer “criança” dos anos 80 e 90 ao assistir o documentário Axé: Canto do Povo de um Lugar (2016), e até o mais discreto espectador que não seja fã do gênero se pegará batendo o pé ou balançando alguma parte do corpo.

Em sua proposta, o filme se coloca como uma enciclopédia audiovisual da música baiana, que se convencionou a ser chamada de “axé music”, mesmo que a origem da alcunha tenha sido pejorativa, como se explica durante a produção, que também conta suas raízes e destaca as variações de ritmo dentro deste mesmo gênero musical, com samba de roda originário do Recôncavo Baiano e o Ijexá vindo dos terreiros de candomblé, por exemplo.

Depoimentos de agentes do movimento, em sua maioria cantores (de Luiz Caldas a Saulo Fernandes, passando por Olodum, Timbalada, Ivete e muitos outros), junto de músicos, jornalistas, radialistas e empresários, vão destrinchando o axé através de suas figuras, com cada personalidade sendo colocada como um tópico, que naturalmente vai se seguindo a outro. Esta característica vai até a composição visual do filme, pois a maneira e a fonte utilizada para a inserção de informações através do grafismo parecem a de um infográfico de revista semanal ou jornal. Neste sentido, vale a errata para a data errada do show da Daniela Mercury que literalmente abalou o MASP, realizado em 1992 e não em 1997, como foi exibido.

Formal em sua estrutura e estética, ao menos, conta com um bom material de arquivo, de emissoras de TV e também pessoais, e um amplo número de entrevistados. Pena que alguns deles não sejam contemplados em sua importância na montagem final, sendo o caso de Margareth Menezes o maior exemplo. Só ao final o diretor Chico Kertész questiona a maneira como o axé vem sendo conduzido pelos seus grandes nomes, a exemplo da falta de renovação do cenário atual.

 

Axé: Canto do Povo de um Lugar (2016)

Duração: 107 min | Classificação: 12 anos

Direção: Chico Kertész

Roteiro: Chico Kertész

Elenco: depoimentos de artistas e membros de grupos, como Araketu, Asa de Águia, Banda Mel, Banda Reflexos, Bell Marques, Caetano Velloso, Carlinhos Brown, Chiclete com Banana, Claudia Leitte, Daniela Mercury, É o Tchan/Gera Samba, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Luis Caldas, Marcio Vitor, Netinho, Olodum, Ricardo Chaves, Sarajane, Saulo Fernandes, Psirico, Terrasamba, Timbalada e Xandy

Distribuição: Zahir Company

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